Agora em Pelotas, delegado César Nogueira avalia passagem por Canguçu
Uma longa espera terminou no dia 2 de setembro de 2020. Foi nesta data, há quase dois anos, que Canguçu voltou a ter um delegado titular. Coube a César Nogueira, em sua primeira lotação, assumir o posto. Quase dois anos depois, o delegado que conseguiu junto à equipe superar todas as metas dos programas internos […]
Uma longa espera terminou no dia 2 de setembro de 2020. Foi nesta data, há quase dois anos, que Canguçu voltou a ter um delegado titular. Coube a César Nogueira, em sua primeira lotação, assumir o posto.
Quase dois anos depois, o delegado que conseguiu junto à equipe superar todas as metas dos programas internos da Polícia Civil, deixa o posto no município para exercer o mesmo ofício na 2ª Delegacia de Polícia de Pelotas. Ele será substituído por Geovane Klipel, que entrou em exercício na cidade nesta segunda. O Canguçu Online entrevistou Nogueira, que fez um levantamento da própria passagem pela Princesa dos Tapes.
O que representou para o senhor esta passagem como delegado titular de Canguçu?
Pessoalmente falando, Canguçu foi muito importante para mim, minha primeira lotação. Fui superbem recebido pela comunidade, pelos agentes da delegacia, pelas autoridades, pela imprensa, por todos. Foram dois anos de muito aprendizado. Cheguei em uma primeira lotação sabendo pouco da prática, apenas o conhecimento teórico, e tive a sorte de ser recebido por um equipe muito boa, que me ajudou muito a aprender. Estavam sempre disponíveis. Isso é muito importante porque você chega tendo que liderar e teoricamente saber tudo, mas não é o que acontece na prática. A demanda consome e você tem duvidas em muitos momentos. Por isso que digo que tive a sorte de ter uma equipe muito parceira.
Qual avaliação o senhor faz do trabalho da delegacia de Canguçu neste período?
Conseguimos melhorar muito a remessa de inquéritos para o Poder Judiciário, o que significa que o trabalho da polícia foi efetivamente feito. Foram quase quatro anos sem titular, e o rendimento dessa forma não vinha sendo o melhor. Isso não é bom para os agentes porque ficam sem uma referência, sem alguém para tirar dúvida, tomar uma decisão. A gente conseguiu elevar muito os números da delegacia para o Poder Judiciário. A Civil tem um programa de metas do Programa Qualificar e todas foram batidas e superadas. O número de prisões também aumentou bastante, o que traz uma sensação maior de segurança para a população.
Destacaria algum caso de maior relevância nesses dois anos?
Quando cheguei a Canguçu, perguntei o que havia de mais relevante e me falaram dos inquéritos envolvendo um advogado e um médico. Conseguimos dar andamento às investigações e essas resultaram nas duas prisões de maior repercussão.
Houve outro ponto de atenção importante ao longo desse tempo?
Demos uma atenção muito especial à violência doméstica porque os índices aqui em Canguçu são altíssimos. Ainda são, majorados em razão da pandemia. Além disso, trouxemos a Sala das Margaridas, um programa desenvolvido pela Polícia Civil para receber as vítimas de violência num ambiente mais acolhedor.
Alguma ação realizada pela delegacia de Canguçu é motivo especial de orgulho para o senhor?
A revitalização da delegacia é um dos meus maiores orgulhos. Uma nova pintura, uma nova fachada. Cheguei com essa ideia e os agentes, a prefeitura, a comunidade, todo mundo abraçou essa causa. Ajudaram com tinta, mão de obra, computador da Sala das Margaridas. Foi um trabalho gratificante.
Algum aprendizado principal?
Aprendi tudo aqui (em Canguçu). O principal é que tem que ouvir a população. Ouvir as partes, a vítima, o suspeito. Isso tem que ser feito pelo delegado. Ver como a vítima ou o investigado fala, se expressa, observar a linguagem corporal para saber exatamente com qual fato que está lidando, faz toda diferença. Se não escuta as pessoas você não consegue entender e tomar a melhor decisão.