Canguçu, terça-feira, 7 de maio de 2024
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Golpe do bilhete resiste ao tempo: Gaúchos são alvos de fraude milionária

Quadrilhas aproveitam oferta de prêmios fáceis para lesar vítimas inocentes no estado


Um tipo de estelionato antigo, conhecido como “golpe do bilhete,” continua fazendo vítimas no Rio Grande do Sul, apesar de sua longa existência. Apenas no mês de julho, mais de 30 gaúchos foram enganados, perdendo grandes quantias de dinheiro, e a média é de uma pessoa enganada por dia. Diante do crescente número de ocorrências, a Polícia Civil resolveu lançar uma campanha de conscientização nas redes sociais para alertar a população sobre esse tipo de crime.

O golpe do bilhete funciona da seguinte forma: o criminoso aborda uma vítima, fazendo-se passar por uma pessoa humilde que precisa encontrar um endereço ou local fictício e apresenta um bilhete de loteria falso. Outros golpistas entram em cena, simulando ajuda, e confirmam a autenticidade do suposto bilhete, fingindo contatar um gerente da Caixa Econômica Federal, administradora de loterias no Brasil. Na verdade, o suposto gerente faz parte da quadrilha. Em seguida, convencem a vítima a transferir dinheiro como garantia para receber o prêmio.

Embora o golpe tenha sido noticiado pela primeira vez na década de 1930, incrivelmente, ainda persiste e continua a fazer vítimas. Recentemente, em 2 de julho, a Polícia Civil realizou a Operação Tessera Fábula (golpe do bilhete em latim), prendendo quatro pessoas que haviam lucrado mais de R$ 2 milhões com falsos bilhetes de loteria aplicados contra pessoas inocentes na região de Passo Fundo. Posteriormente, os golpistas foram rastreados aplicando a mesma fraude em Porto Alegre. Apenas de uma idosa, residente no bairro Moinhos de Vento, os golpistas conseguiram lucrar R$ 200 mil, dólares e joias, entregues por ela na crença de que ganharia o prêmio inexistente da loteria.

Como acontece em muitos casos de estelionato, o golpe do bilhete obtém sucesso porque conta com a colaboração involuntária da vítima, que é atraída pela oferta de um ganho fácil. O delegado Thiago Albeche, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), destaca que é essencial não confiar em estranhos, especialmente quando eles solicitam dinheiro sem o respaldo de instituições confiáveis e sem garantias.

A Polícia Civil continuará sua campanha de alerta, buscando educar a população sobre esse e outros tipos de golpes, na esperança de que, com a conscientização, o número de vítimas desse tipo de crime diminua significativamente. A colaboração da comunidade é crucial para combater essa prática fraudulenta e proteger a sociedade contra os enganadores.