Junho no RS: Clima terá duas metades distintas, aponta MetSul Meteorologia
Previsão indica um mês de contrastes, com início gelado e fim com temperaturas acima do normal para o inverno gaúcho.
O mês de junho marca a transição entre o outono e o inverno no Brasil. No critério climático, ele é o primeiro mês da estação mais fria do ano — que compreende o trimestre de junho, julho e agosto. Já o inverno astronômico começa oficialmente às 23h42 do dia 20 de junho. No Rio Grande do Sul, junho é historicamente associado a dias de frio intenso, geadas e, eventualmente, até neve. Mas, segundo a projeção da MetSul Meteorologia, o cenário para 2025 tende a ter nuances que dividem o mês em duas fases distintas.
De acordo com a MetSul, a primeira quinzena será mais fria, influenciada ainda pela massa de ar polar que avançou no final de maio e por uma nova incursão de ar frio prevista para a segunda semana. Já a segunda metade do mês promete temperaturas acima da média, com tardes agradáveis e até quentes para os padrões da estação.
Em termos de precipitação, junho costuma ser um dos meses mais chuvosos do ano no Rio Grande do Sul, devido à maior atuação de sistemas meteorológicos como frentes frias, frentes quentes e centros de baixa pressão. É também um período em que se registra maior frequência de frentes quentes, quando o ar quente do Norte avança sobre massas de ar frio, provocando chuvas por vezes intensas.
Para este ano, no entanto, a MetSul projeta uma distribuição desigual da chuva no estado. No Oeste, Centro e Sul do RS, a tendência é de precipitações próximas ou até abaixo da média histórica. Já na Metade Norte, os volumes devem ser mais expressivos, com influência de sistemas vindos do Paraguai e do Nordeste da Argentina, que também impactarão Santa Catarina e Paraná — este último com possibilidade de registrar acumulados muito acima da média.
Quanto à temperatura, os modelos climáticos internacionais apresentam divergências. Enquanto o modelo europeu aponta para temperaturas próximas ou abaixo da média em boa parte do Centro-Sul do país, o norte-americano CFS sugere marcas acima da média, com exceção do Rio Grande do Sul. A MetSul pondera, com base em diferentes indicadores, que o mês não deve ter uma grande frequência de ondas de frio intensas, tornando improvável um cenário de frio extremo como o registrado em 2016.
Assim, junho deverá começar com o frio típico do início do inverno, mas caminhar para um final de mês atípico, com temperaturas mais elevadas, afastando — ao menos por enquanto — o risco de extremos prolongados. O comportamento do tempo, no entanto, seguirá dependendo da atuação dos sistemas meteorológicos e das variações naturais do clima.