Canguçu, sexta-feira, 26 de abril de 2024
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Eliézer Timm: A influência da Covid-19 na economia local

Os últimos meses têm sido um golpe duro à sociedade mundial! Lutamos contra um inimigo invisível que não para de fazer vítimas. A Covid-19 alterou o cotidiano da sociedade brasileira e, como era de se esperar, qualquer evento que altere o comportamento das pessoas reflete na economia. Apontar soluções neste momento é como dirigir no […]


Os últimos meses têm sido um golpe duro à sociedade mundial! Lutamos contra um inimigo invisível que não para de fazer vítimas. A Covid-19 alterou o cotidiano da sociedade brasileira e, como era de se esperar, qualquer evento que altere o comportamento das pessoas reflete na economia. Apontar soluções neste momento é como dirigir no nevoeiro: exige cautela e prudência.

A economia brasileira sentiu os efeitos colaterais do distanciamento social com um encolhimento no Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5%  na comparação com o último trimestre de 2019, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um golpe duro para um período tão curto.

E este fato pode agravar ainda mais no final de 2020 com uma queda de 6% do PIB  conforme o Boletim Focus do Banco Central. Os dados mostram que as projeções macroeconômicas estão sendo revistas para baixo mais que o normal, e a previsão de melhora é sustentada a partir de 2022, quando a atividade econômica poderá recuperar o terreno de crescimento.

Neste contexto, é importante ressaltar que o setor que menos sentiu os efeitos da pandemia é o do agronegócio. Aliás, é este que novamente será um fator responsável por sustentar o crescimento nos próximos anos.

Um estudo apontado pelo Sebrae sobre o monitoramento dos pequenos empreendedores indica que o comércio foi o setor que mais sentiu os efeitos colaterais da pandemia. Mais de 70% dos comerciantes alegam terem sido afetados de forma negativa a partir da segunda quinzena do mês de maio. Diante desta pesquisa, ressalta-se o grave problema que iremos enfrentar nos próximos meses com os efeitos da Covid-19 no setor. São  necessárias medidas de curtíssimo e longo prazo para manter o fluxo de renda dos agentes econômicos e, assim, minimizar os impactos na economia.

A campanha endossada por entidades do município de Canguçu incentivando as pessoas sobre a importância de alocar seus rendimentos no comércio local é louvável e pertinente. Ressalto que essa iniciativa tende a melhorar o fluxo de renda no município e contribuir positivamente para a nossa economia local.

Contudo, acredito que podemos mais. Algumas cidades, por exemplo, estão reduzindo impostos e juros municipais no longo prazo. Isso possibilita um planejamento tributário nas empresas, permitindo à elas  ajustar seus preços de forma mais competitiva. De outro lado, com tributos mais baixos, as famílias podem organizar suas finanças e, com isso, aumentar o poder de compra.

Portanto, levando em conta as considerações acima, destaco a importância de articular formas que ajudem nosso município a enfrentar esse momento tão complicado na economia que o país atravessa. É sabido que a arrecadação neste período apresentou uma queda e isso pode trazer a necessidade de um ajuste no orçamento público futuro.

Observando o lado do empreendedor, o momento é de estimular o capital de giro das empresas e isso só será possível diminuindo seus custos fiscais, permitindo aos empresários tornarem seus preços mais competitivos no mercado e estimulando a demanda local. E dessa forma, com aumento no volume das vendas espera-se uma elevação na arrecadação de tributos por parte do poder público. A tarefa é árdua, porém, devemos sempre ter esperança de dias melhores!