Atualização da tarde: bloqueios dos produtores rurais seguem ativos em rodovias da Região Sul
Produtores mantêm interdições intermitentes na BR-116 e BR-392; mobilização cobra ações concretas do governo para evitar colapso no campo.
Desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (30), mobilizações de produtores rurais têm sido registradas em rodovias federais do Sul do Estado. Conforme atualização da Ecovias do Sul no início da tarde, quatro pontos de bloqueio seguem ativos no polo Pelotas:
– BR-392, no km 124, em Canguçu, e no km 171, em Piratini
– BR-116, no km 468, em São Lourenço do Sul, e no km 612, em Arroio Grande
Os bloqueios são intermitentes, com interrupções no tráfego de no máximo 10 minutos, segundo os organizadores. Equipes da Ecovias do Sul estão nos locais para garantir a sinalização e oferecer suporte operacional aos motoristas.
Entenda os motivos do protesto dos produtores rurais
Sob o lema “Apoie a Securitização Rural: Salve a Agricultura, salve a Economia da cidade!”, os manifestantes relatam o acúmulo de crises enfrentadas nos últimos seis ciclos produtivos no Rio Grande do Sul: foram quatro estiagens severas e uma enchente catastrófica, que afetaram diretamente a produção rural e a estabilidade financeira do setor.
Segundo os agricultores, diversas reuniões com o poder público não resultaram em medidas efetivas para garantir condições mínimas de continuidade na produção. A dificuldade de renegociar dívidas e a ausência de fiscalização sobre o cumprimento da legislação do crédito rural por parte das instituições financeiras agravaram a situação.
Eles também alertam para o impacto sobre a saúde mental dos trabalhadores do campo, que tem se deteriorado, com registros alarmantes de casos de depressão e suicídio.
O que os agricultores reivindicam:
- Suspensão imediata dos vencimentos de curto prazo, tanto em instituições financeiras quanto em empresas privadas, cerealistas e cooperativas;
- Fiscalização rigorosa do cumprimento da legislação do crédito rural;
- Readequação dos prazos de pagamento e vencimentos das dívidas por meio da Securitização, com apoio ao Projeto de Lei 320/2025;
- Adoção de medidas que evitem que a crise no campo se transforme em uma crise social nas cidades, com impactos diretos em empregos, preço dos alimentos e estabilidade das comunidades.