Canguçu, segunda-feira, 6 de maio de 2024
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Futebol feminino já foi proibido no Brasil, e CPI pediu legalização

Por mais de 40 anos, o futebol feminino foi proibido no Brasil


Por mais de 40 anos, o futebol feminino foi proibido no Brasil. O veto começou em 1941, durante a ditadura do Estado Novo, quando o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto-lei que tirava das mulheres o direito de praticar esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”.

Essa proibição resultou em jogos femininos cancelados e até partidas encerradas à força pela polícia. Somente no final da ditadura militar, em 1983, o Conselho Nacional de Desportos considerou o futebol feminino aceitável e o regulamentou.

Houve parlamentares que pressionaram pela legalização do futebol feminino em 1977, durante uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava a posição subalterna das mulheres na sociedade. A ex-nadadora Maria Lenk defendeu que as mulheres deveriam ter o direito de praticar esportes, incluindo o futebol, para se desenvolverem fisicamente e moralmente.

Os argumentos para proibir o futebol feminino incluíam a ideia de que a violência dentro dos gramados poderia prejudicar a capacidade de serem mães e que o esporte masculinizaria as mulheres. Porém, tais argumentos foram considerados falaciosos.

A proibição estava ligada ao nacionalismo imposto por Vargas para reforçar a masculinidade associada ao futebol como esporte nacional e símbolo de identidade. A revogação da proibição ocorreu em 1983, mas mesmo após a liberação, o futebol feminino enfrentou desafios, incluindo o preconceito e a falta de investimento no esporte de base.

O poder público tem a responsabilidade de promover medidas de reparação para impulsionar o futebol feminino e combater o preconceito arraigado na sociedade brasileira.