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Geisa Coelho: A dominação da Nova Ordem

Hoje passei pelo “Ponto de Leitura” da Praça Central e tive um grato encontro com Machado de Assis e outros nomes da nossa literatura que foram importantes na formação cultural do país, e que há muito estão abandonados nas bibliotecas das escolas.

O Brasil inicialmente delegou à Igreja o papel de instrução. Foram os jesuítas quem impuseram a catequização aos nativos brasileiros por 259 anos até a Vinda da Família Real (1808) quando foram criadas Escolas Normais, Universidades e bibliotecas.

Hoje, no entanto, nossa instrução está nas mãos do jornalismo de massa. É a grande mídia que dita moda e modos, nos diz o que devemos falar, ouvir, comer, diz o que, ou quem, é certo ou errado, tudo dividido num dualismo jesuítico separando o bom do mau; o bem do mal.

Escolas e Igrejas frequentemente reforçam temas exibidos e apontados pelos “jornalistas educadores”- eu mesma assisti na mídia colegas afirmarem que a TV tem importante influência e relevância na educação e nas escolas. Não digo que não, se o viés não for o mínimo, doutrinário ou tendencioso.

Na década de 50, houve um confronto entre os jornais “Última Hora” que tratava das questões das camadas populares e defendia Getúlio Vargas e, “Tribuna da Imprensa”, de Carlos Lacerda. Essa oposição traçava discussões ferrenhas e impedia a uniformização das informações. Um jornalismo mais útil à Nação, provavelmente.

Não percebemos, mas a função da mídia mudou desde a década de 80 e essa mudança doutrinária impede que discutamos temas urgentes e relevantes e a profundidade das causas dos males sociais para, quem sabe, avançarmos em busca de soluções que, de fato, atendam às necessidades da população.

Que falta nos fazem as análises de Machado de Assis e as denúncias sociais de Lima Barreto, meus caros!

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